Sobre Gênero

 

INTRODUÇÃO

 

A população mundial tem 6.4 bilhões de pessoas;

1.3 bilhões não têm acesso à água;

2.9 bilhões não têm acesso a saneamento básico;

Da população mundial, 2/3 de analfabetos são mulheres.

A Organização das Nações Unidas tem alertado em diversos relatórios, para o fenômeno da chamada “feminização da pobreza”.

Os números acima indicam que a exclusão dos mínimos direitos de cidadania diz respeito às mulheres, chegando ao número aproximado de mulheres e seus filhos que vivem sem as condições básicas de sobrevivência.

GÊNERO diz respeito à construção de uma sociedade conjunta, de iguais oportunidades para todos, sem discriminação de sexo, raça ou etnia, com a oportunidade de se inserir progressivamente o homem na esfera privada ainda reservada ao sexo feminino e a esta, um tratamento com igualdade na esfera pública.

“Com o enfoque de gênero, redireciona-se a discussão para o ser humano, diversificado e assimétrico, em termos de relação entre os sexos, tendo cuidado de garantir o reconhecimento do ser homem e do ser mulher” (M.G. Castro, 1992. “A dinâmica entre classe e gênero na América Latina: apontamentos para uma teoria regional de gênero”. Rio de Janeiro: IBAM/UNICEF).

A promoção da equidade entre os sexos e a valorização da mulher, foi considerada como um dos oito objetivos do Milênio a serem alcançados até 2015. Conhecidos no Brasil como “Metas do Milênio”, esses objetivos foram estabelecidos em 2000, por 191 países (inclusive o Brasil) e referem-se a:

-acabar com a miséria e fome;

-educação básica de qualidade para todos;

- igualdade entre sexos e valorização da mulher;

-reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes;

-combater a AIDS, a malária e outras doenças;

- qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; e

-todo mundo trabalhando para o desenvolvimento.

Segundo dados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres representam 50.5% da população e têm maior escolaridade do que os homens.

No Brasil, a condição de subordinação das mulheres é histórica.

Já se posicionava a professora Nísia Floresta em 1853 a respeito

“Se se instituísse uma classe pública de operárias em toda sorte de trabalhos, oferecer-se-ia a uma parte das famílias desvalidas do Brasil não somente um meio seguro de as livrar da miséria, mas ainda de habilitá-las para um futuro que não está longe”.

Em 1981, as mulheres correspondiam a 31.3% de trabalhadoras. Em 2000, elas já representavam 40% do total da população economicamente ativa e somavam mais de 30 milhões de trabalhadoras.

No entanto, apesar dessa participação numericamente crescente, segundo o IBGE, elas representam apenas 21,5% do total dos que recebem mais de 30 salários mínimos.

A mulher negra, vítima de dupla discriminação, ganha, em média, R$ 2,78 por hora, enquanto os homens brancos recebem R$ 7,16.

O número de famílias chefiadas por mulheres representa 26% das famílias brasileiras. Mas elas ganham em média R$ 591 enquanto os homens, R$ 827.

Para o Brasil perseguir o objetivo de maior equidade entre os sexos, é preciso combater esse preconceito, equipar salários para o exercício das mesmas funções, promover capacitação para todos e todas e democratizar o acesso aos cargos de direção

Nossas empresas já estão fazendo o dever de casa nesse processo, promovendo a inclusão da diversidade e equidade ao longo de toda a cadeia produtiva e em todas as articulações com os públicos com os quais as empresas se relacionam.

Vida melhor passa sim pelo acesso a coisas melhores, mas passa também, e fundamentalmente, pelo relacionamento humano que se gera. Não há muita dificuldade em se inverter a frase famosa do escritor francês, Sartre, e ver que a felicidade pode também residir no outro. Grande parte das divisões políticas mais ou menos artificiais passa por uma crença, geralmente não explicitada, de que o homem é naturalmente bom, ou naturalmente mau. Hoje se sabe a que ponto contextos que jogam um homem contra outro geram inferno, enquanto contextos que geram solidariedade constroem ambientes onde as pessoas se sentem realizadas.



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